Escrita para ser Feliz

Não há uma só semana que alguém não me pergunte: para que isso se você nem ganha um retorno financeiro decente? Isso não dá dinheiro! Ao que eu sempre respondo: nem tudo se trata de dinheiro.

Seria bom se de fato tivéssemos mais políticas públicas voltadas para formação de público leitor durante toda a vida e não apenas no período escolar. Seria maravilhoso que o acesso ao livro fosse garantido através de melhores condições de vida para todos e todas. Seria incrível que as escritoras fossem valorizadas, etc, etc e etc.

Não nego o desejo de que tudo poderia ser melhor, mas esse verbo no futuro muitas vezes faz com que as pessoas não entendam porque seguimos e continuamos escrevendo e, para completar, nos desencorajam e reduzem o que fazemos a uma contrapartida monetária imediatista. Fim.

Há diferenças entre dinheiro e valor, entre o conceito de sucesso do século passado e o que acreditamos ser sucesso agora, entre o que você acha e o que eu sei de mim.

Não desejo aqui listar minhas inúmeras razões ou justificar minha atitude diárias de registrar e escrever. Não preciso dizer por que gosto, por que faço, por que isso ou aquilo, como se eu precisasse o tempo todo provar a importância do meu fazer. Não preciso e nem desejo atualizar a sociedade sobre o dinheiro, o valor, o sucesso envolvidos na minha produção literária.

Só me deixe escrever.

Me deixe ser feliz.