Dois Poemas

Aquilo que não tem nome e eu faço viver

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A beleza do silêncio que tento fazer existir em mim

é igual aquilo que não tem nome e eu faço viver num poema.

Invento palavras para dar aos outros:

baramboles, crilanteinas, lindos penicatinhos

e tudo mais que couber nas impossibilidades.

São meus presentes para o mundo.⠀⠀⠀⠀⠀⠀

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Eu faço poesia, igualzinha a essa, quando eu vejo…


Era manhã e eu olhei você: espichado

um lagarto com sol na barriga

e teus olhos de jabuticabas, sem sossego,

perguntando pro mundo

porque parede não chama chão e onde ela deita prá descansar.

Foi nessa hora que eu vi e quis grudar em mim

tuas escovas de olhos,

estes teus cílios grandes de beijo de borboleta

e com curvas de planetas infinitos.

Eu amei você e não deu tempo de sorrir de volta

porque saiu correndo, meninando.

Me deixou ali,

grão no mar de ondas de ter parido sua beleza que não cabe.

Então eu escrevi. 

Texto disponível em: Dois poemas de Daniela Bonafé. Daniela Bonafé | by Revista Desvario | revistadesvario | Medium 

Colagem Ela, de Tatiana Librelato